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Tudo o que você precisa saber sobre TDAH

Foto do escritor: Dra. Leila GonzagaDra. Leila Gonzaga


Diagnóstico precoce

O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade pode se manifestar logo nos primeiros anos de vida. Embora o mais comum, atualmente, é que ele seja diagnosticado na idade escolar (entre os cinco e sete anos), alguns sinais podem surgir aos três anos. Crianças inquietas, explosivas, agressivas com outras pessoas, que costumam chorar muito e não dormir bem podem apresentar indícios de TDAH.

Para descobrir, é preciso prestar atenção no comportamento da criança e levá-la a um psiquiatra ou psicólogo, que fará uma análise clínica com base nos sintomas. O paciente pode apresentar mais desatenção ou hiperatividade. Essa criança tenta se concentrar, mas não consegue prestar atenção e se dispersa muito rápido. Ela também não consegue manter uma organização e acaba perdendo coisas com facilidade. Já quando a hiperatividade é mais acentuada, há uma dificuldade de esperar a vez. “Neste caso, a dinâmica social é disfuncional, pois essa criança não consegue aguardar parada em uma fila ou esperar outra pessoa parar de falar antes de responder”.

Muitas vezes, crianças com TDAH podem ter o diagnóstico confundido com ansiedade, transtorno de conduta ou transtorno bipolar. Mas, segundo o especialista, existem testes e exames que podem auxiliar no diagnóstico – como o eletroencefalograma, testes neuropsicológicos para avaliar a atenção e testes de impulsos.


Sinais e tipos

Existem três tipos de Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade: os predominantemente desatentos, predominantemente hiperativo-impulsivo e o tipo combinado – o mais comum.

Os sinais mais comuns para predominantemente desatentos são:

  • Erros básicos na escola ou trabalho

  • Dispersão

  • Dificuldade em se manter focado

  • Aparenta não estar ouvindo quando estão falando

  • Dificuldades para seguir um planejamento diário

  • Limitações para organizar tarefas e atividades

  • Dificuldades para executar tarefas que exigem atenção, mesmo em casa

  • Esquecimento de tarefas solicitadas

  • Distração

Os sintomas para o tipo predominantemente hiperativo-impulsivo são:

  • Inquietação

  • Movimentar mãos, pernas e braços (agitação)

  • Estar em constante movimento

  • Dificuldades para realizar atividades

  • Falar incansavelmente

  • Interromper enquanto outra pessoa está falando

  • Dificuldade em esperar


Causas

As causas ainda não foram cientificamente comprovadas. Existem estudos que apontam, por meio de ressonâncias magnéticas, que crianças com TDAH têm algumas funções cerebrais hipofuncionantes, uma redução do funcionamento de algumas regiões cerebrais, principalmente do córtex pré-frontal, responsável pelo controle de impulsos e de comportamentos complexos de planejamento.

Outras possíveis causas, segundo o médico, são as exposições a componentes químicos e síndromes virais durante a gestação, além de complicações do desenvolvimento precoce, pós-parto e no desenvolvimento neuropsicomotor.


Propensão a transtornos de humor

Por apresentarem dificuldades no entendimento, atenção e execução de atividades diárias, as crianças que têm TDAH podem sofrer julgamentos do ciclo de pessoas do cotidiano e isso pode resultar em um comportamento psicológico negativamente afetado. Muitas crianças, quando não são diagnosticadas, acabam tendo desenvolvimentos ruins na escola e, por conta de comportamentos impulsivos, podem ser expulsas. Por isso, elas estão mais vulneráveis a desenvolver transtornos de humor, como a depressão ou a ansiedade.

Pessoas com TDAH tendem a sofrer com baixa autoestima. Isto acontece pelas dificuldades de interagir com outras pessoas e pela maneira que os outros se comportam quando não sabem lidar com quem tem o transtorno. Na adolescência, o médico explica que há uma tendencia maior ao uso de substâncias químicas: “uma das nossas maiores preocupações é que essas pessoas ficam mais vulneráveis às drogas e ao álcool. Precisamos prestar muita atenção”.

O TDAH não causa outros transtornos, mas a condição faz com que as pessoas sejam mais propensas a:

  • Dificuldade de aprendizagem

  • Ansiedade

  • Depressão

  • Bipolaridade

  • Comportamento antissocial

  • Má conduta social


Adultos também tem TDAH?

Cerca de 20% das crianças com TDAH se tornarão adultos com desatenção e impulsividade. Dr. Hercílio conta que, como o diagnóstico é algo relativamente recente, muitos adultos só descobriram que tiveram (ou ainda têm) Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade após os 20 anos. “O TDAH típico é considerado um transtorno do desenvolvimento e afeta crianças e adolescentes. Muitas vezes, essas pessoas vão se tornar adultos totalmente funcionais; em outras, pode ser que ainda tenham alguns sintomas”.

Quando o assunto é diagnóstico de adultos, o psiquiatra conta que, além dos mesmos exames e testes recomendados na infância, o especialista responsável irá perguntar sobre a história de vida do paciente para entender como houve a manifestação de sintomas para, assim, iniciar o tratamento adequado.


Tratamento

Após o diagnóstico, o tratamento tem uma grande relevância para melhorar a qualidade de vida da criança. Em alguns casos, basta um acompanhamento com psiquiatra, psicólogo e terapeuta ocupacional. O método de Terapia Cognitiva Comportamental pode ajudar na adaptação da criança e no treino com a família.

No entanto, alguns casos terão a necessidade de medicamentos: o mais comum é a Ritalina, que ajuda no controle de impulsos, foco e organização de planejamento. “Essa medicação propicia, sem dúvida nenhuma, uma melhora de funcionalidade da criança, uma melhora da atenção, do comportamento em relação à hiperatividade e, consequentemente, ganho de qualidade de vida para a criança, à família e um melhor desempenho escolar”. Outra prescrição comum é de antidepressivos, que precisarão de acompanhamento médico e suporte psicológico. “Tudo vai depender da aceitação da criança.”

É importante destacar que o tratamento não garante que a pessoa continuará ou não a ter TDAH na vida adulta, mas é de extrema importância para melhorar a qualidade de vida da criança e, quanto antes for iniciado, melhor a pessoa irá lidar com o transtorno.



Referências Fonte: Grupo NotreDame Intermédica

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